Conforme expõe Aldo Vendramin, em um mundo marcado por desigualdades sociais e crises econômicas, surgem modelos alternativos que propõem formas mais justas de produção, consumo e distribuição de renda. Entre eles, o cooperativismo e a economia solidária se destacam por colocar o ser humano no centro das decisões e valorizar o trabalho coletivo. Embora apresentem características distintas, essas duas abordagens compartilham princípios comuns e objetivos semelhantes.
Este artigo analisa as semelhanças e diferenças entre os dois modelos e mostra como eles podem transformar realidades. Leia mais:
O que é o cooperativismo e quais são seus princípios?
O cooperativismo é um modelo econômico baseado na associação voluntária de pessoas que se unem para atender às suas necessidades econômicas, sociais e culturais por meio de uma empresa coletiva. As cooperativas são organizações autônomas, regidas por princípios como gestão democrática, participação econômica dos membros e preocupação com a comunidade. Cada associado tem direito a voto, independentemente do capital investido, o que garante igualdade nas decisões.

Além disso, o cooperativismo promove a autogestão e a autonomia dos seus membros, incentivando a responsabilidade compartilhada. As decisões são tomadas coletivamente, e os lucros — chamados de sobras — são distribuídos proporcionalmente à participação de cada cooperado. Como alude o senhor Aldo Vendramin, isso cria um ambiente mais participativo e transparente, onde o foco está no bem-estar coletivo e não apenas no lucro.
Como funciona a economia solidária e qual seu propósito?
A economia solidária é uma proposta mais ampla e flexível, voltada para a organização da produção, consumo e distribuição de forma colaborativa e autogestionada. Nesse modelo, grupos de trabalhadores, consumidores e produtores se organizam em empreendimentos coletivos, como associações, grupos de produção e cooperativas populares. A base da economia solidária está na solidariedade, na cooperação e na valorização do trabalho humano acima do capital.
Ao contrário das empresas convencionais, os empreendimentos de economia solidária prezam pela horizontalidade nas decisões e pela partilha dos resultados. De acordo com Aldo Vendramin, a autogestão é um dos pilares desse modelo, garantindo que todos os envolvidos participem ativamente das escolhas e dos rumos do negócio. A economia solidária também se destaca pelo estímulo ao consumo consciente e pela preocupação com o meio ambiente.
Quais são as semelhanças e diferenças entre cooperativismo e economia solidária?
Cooperativismo e economia solidária compartilham diversos valores, como a cooperação, a solidariedade, a autogestão e o foco no ser humano. Ambos os modelos propõem uma economia mais ética, inclusiva e participativa. No entanto, como comenta Aldo Vendramin, o cooperativismo é mais institucionalizado, com legislações específicas e estruturas mais definidas, enquanto a economia solidária abrange uma diversidade maior de formas organizativas e atua de maneira mais informal em muitos contextos.
Outra diferença importante está no nível de formalização e nos objetivos estratégicos. O cooperativismo, por vezes, busca maior inserção no mercado e competitividade, ainda que mantenha os princípios de equidade e democracia interna. Já a economia solidária tende a priorizar os impactos sociais e ambientais, mesmo que isso signifique renunciar a uma lógica de crescimento acelerado. Ambas as abordagens, no entanto, são complementares e podem atuar juntas na construção de um novo modelo de desenvolvimento.
Em suma, cooperativismo e economia solidária são dois caminhos possíveis para a construção de uma sociedade mais justa, participativa e sustentável. Cada modelo tem seu papel e suas potencialidades, e juntos oferecem soluções reais para enfrentar os desafios do desenvolvimento econômico e social. Segundo o empresário Aldo Vendramin, apostar nesses modelos é investir em um futuro mais humano e solidário.
Autor: Roman Lebedev