Nos últimos anos, o nomadismo digital deixou de ser uma exceção para se tornar uma tendência consolidada entre profissionais que trabalham de forma remota e buscam flexibilidade geográfica. Esse novo estilo de vida tem influenciado diretamente o mercado imobiliário, especialmente no que diz respeito à procura por imóveis mobiliados e prontos para uso imediato. A valorização da mobilidade, da praticidade e da experiência está redesenhando o perfil de consumo no setor.
Fernando Bruno Crestani, especialista em inovação e comportamento do consumidor no mercado imobiliário, aponta que os nômades digitais estão entre os principais responsáveis pela alta na demanda por locações de curto e médio prazo, com estrutura completa e boa conexão à internet. O imóvel, nesse contexto, passa a ser visto como uma extensão do estilo de vida, e não apenas como um lugar fixo de moradia.
O que os nômades digitais procuram em um imóvel?
Profissionais que adotam o nomadismo digital valorizam principalmente praticidade e funcionalidade. Ao se deslocarem com frequência entre cidades ou até países, eles buscam imóveis que ofereçam:
- Mobiliário completo e funcional;
- Boa localização, próxima a centros urbanos ou natureza, dependendo do perfil;
- Conectividade confiável com internet de alta velocidade;
- Flexibilidade contratual e burocracia mínima;
- Ambientes acolhedores e prontos para uso imediato.
De acordo com Fernando Bruno Crestani, esses usuários não têm interesse em comprar móveis ou realizar reformas, e muitas vezes sequer carregam pertences volumosos. Eles esperam encontrar imóveis com o “pacote completo” — e estão dispostos a pagar um valor adicional por essa conveniência.
Como o mercado imobiliário está reagindo a essa demanda?
A resposta do setor tem sido rápida. Administradoras, incorporadoras e plataformas de aluguel estão adaptando seus modelos para atender esse público em crescimento. Isso inclui a oferta de unidades já equipadas, contratos digitais, locações flexíveis e serviços agregados como limpeza, manutenção e atendimento remoto.
Conforme destaca Fernando Bruno Crestani, a digitalização dos processos e o uso de tecnologias como tour virtual, assinatura eletrônica e atendimento automatizado foram determinantes para tornar esse modelo viável e atrativo. Além disso, a rentabilidade dos imóveis mobiliados costuma ser maior, o que atrai investidores e proprietários interessados em otimizar seus ativos.

Novas oportunidades para cidades médias e destinos alternativos
O nomadismo digital também está descentralizando a demanda por imóveis mobiliados. Cidades que antes não eram consideradas polos de atração, como destinos rurais, litorâneos ou cidades médias com boa infraestrutura digital, estão passando a integrar o mapa de interesse desses profissionais.
Segundo Fernando Bruno Crestani, a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar transforma esses destinos em novos nichos imobiliários. O imóvel deixa de ser apenas uma base de trabalho e passa a ser parte da experiência de viver e explorar diferentes lugares — o que exige mais atenção ao design, conforto e à ambientação do espaço.
Desafios e ajustes para atender esse novo perfil de inquilino
Apesar das oportunidades, o atendimento ao público nômade exige ajustes. É preciso garantir manutenção constante, atualização dos equipamentos, qualidade do mobiliário e suporte rápido em caso de problemas. Além disso, a gestão dos contratos e reservas deve ser ágil, transparente e compatível com plataformas digitais.
Fernando Bruno Crestani frisa que os empreendimentos que conseguirem unir hospitalidade, eficiência operacional e boa experiência do usuário estarão melhor posicionados para fidelizar esse novo tipo de morador temporário — que pode se tornar um cliente recorrente e um promotor da marca imobiliária nas redes sociais e plataformas de avaliação.
Conclusão: moradias flexíveis para estilos de vida em movimento
O impacto do nomadismo digital no mercado imobiliário é profundo e contínuo. À medida que mais pessoas adotam rotinas de trabalho remoto e buscam liberdade geográfica, cresce também a demanda por imóveis que ofereçam conforto, funcionalidade e autonomia imediata.
Na visão de Fernando Bruno Crestani, atender a esse público é mais do que uma resposta às tendências — é uma estratégia para se manter relevante em um mercado que valoriza cada vez mais a personalização e a agilidade. Os imóveis mobiliados representam não apenas uma solução prática, mas um novo produto imobiliário com alto potencial de rentabilidade e fidelização.
Autor: Roman Lebedev