A imunização da população continua sendo uma das medidas mais eficazes para conter o avanço de doenças altamente transmissíveis. Nos últimos anos, o estado do Paraná tem sido exemplo na prevenção de uma enfermidade que já causou surtos preocupantes em diversas regiões do país. Mesmo sem registrar mortes desde 1998 e sem novos casos desde 2020, o risco de reaparecimento ainda preocupa as autoridades de saúde, que reforçam o papel crucial da vacinação como barreira protetora contra a disseminação do vírus.
Em um cenário onde a circulação de pessoas é constante e o contato social inevitável, a exposição ao sarampo representa uma ameaça real quando a cobertura vacinal é baixa. A transmissão do vírus ocorre de maneira direta, bastando que uma pessoa infectada tussa, espirre, fale ou até mesmo respire perto de outras. Esse alto grau de contágio faz com que um único caso possa gerar surtos em comunidades inteiras, especialmente onde há concentração de indivíduos não vacinados, como crianças pequenas e adultos que não completaram o esquema vacinal.
As campanhas de imunização, promovidas tanto em nível nacional quanto estadual, têm o objetivo de manter o vírus sob controle e evitar o retorno de doenças que já estavam praticamente erradicadas. No entanto, o sucesso dessas ações depende diretamente da adesão da população. Quando há queda na taxa de vacinação, abre-se espaço para o ressurgimento do sarampo, o que exige uma resposta imediata das autoridades para evitar que a doença volte a se espalhar.
A proteção coletiva, também conhecida como imunidade de rebanho, só é possível quando um número suficiente de pessoas está imunizado. Essa barreira impede que o vírus encontre indivíduos suscetíveis e se dissemine rapidamente. No caso do sarampo, é necessário que cerca de 95% da população esteja vacinada para manter esse escudo protetor ativo. Infelizmente, em alguns municípios, os índices estão abaixo do ideal, acendendo um alerta para os riscos de novos casos.
Além do impacto na saúde pública, o retorno de doenças preveníveis também representa um retrocesso em termos sociais e econômicos. O sarampo pode causar complicações graves, como pneumonia, encefalite e até a morte, além de gerar custos elevados com hospitalizações e afastamentos do trabalho ou da escola. Esses fatores reforçam ainda mais a necessidade de manter a imunização em dia como uma responsabilidade coletiva.
As secretarias de saúde têm intensificado a comunicação com a população para combater a desinformação e conscientizar sobre os riscos da não vacinação. Muitas vezes, boatos infundados e medo de reações adversas afastam as pessoas dos postos de saúde. No entanto, os dados comprovam que as vacinas são seguras, eficazes e fundamentais para a erradicação de doenças como o sarampo, que já causaram epidemias severas em décadas passadas.
A ausência de casos recentes não deve ser interpretada como um sinal de que a ameaça acabou. Pelo contrário, é exatamente nesse momento de aparente tranquilidade que se torna mais importante manter os esforços de prevenção. A continuidade das ações de vacinação garante que o vírus não encontre brechas para se manifestar novamente, protegendo as gerações futuras e mantendo o Paraná livre do sarampo.
Portanto, é fundamental que cada cidadão cumpra seu papel, comparecendo aos postos de saúde e mantendo o cartão de vacinação atualizado. A responsabilidade pela proteção da comunidade começa com atitudes individuais. O compromisso com a prevenção é o que permitirá manter o estado na liderança da luta contra o sarampo e evitar que o passado volte a se repetir com consequências graves para a saúde pública.
Autor : Roman Lebedev